segunda-feira, dezembro 18, 2006

Apagão…

Na quinta de noite chegou por aqui uma mega-tempestade, com ventos dignos de furacão (nível 1). E o resultado foi devastador: mais de um milhão de pessoas sem luz, telefones mudos, comércio fechados, etc.

A nossa luz acabou na quinta por volta das 9 da noite. Até aí tudo bem, a casa ainda estava quente e a gente foi dormir achando que de manhã a luz já tinha voltado e a vida continuava. A lareira, que é a gás, mantinha a sala de televisão e a cozinha (um pouco) aquecidas. Nosso aquecimento é a gás, mas sua ignição é elétrica, ou seja, sem luz, sem aquecedor. O aquecedor de água é puramente a gás, ou seja, mesmo sem luz temos água quente.

Acontece que a luz não voltou. No outro dia de manhã fomos tomando ciência da situação e da calamidade que se formava. A companhia elétrica dizia na sua mensagem ao telefone que podia ainda podia levar vários dias até que a coisa se normalizasse. Os mercados que ainda estavam abertos tinhas filas e filas de gente comprando mantimentos e lenha. Alimentos de geladeira, como leite e sucos, não estavam sendo vendidos, pois tinham ficado a noite interia sem refrigeração. E o estoque de lanternas e pilhas grandes da região deve ter se esgotado em algumas horas…

No meio do dia de sexta, na rua estava um gelo. E dentro de casa um gelo + uns dois graus, ou seja, muuuito frio. A santa lareira era a única fonte de calor da casa. Como a geladeira estava desligada, colocamos todos os alimentos perecíveis no deck da varanda, pois lá fora mais frio do que a própria geladeira se ela estivesse funcionando. Desse modo não tivemos problemas da comida estragar. A segunda noite foi bem mais difícil. Como no inverno aqui anoitece às 4, a gente foi para a cama por volta das 8pm sem nada para fazer. Todos os 4 juntos, no mesmo quarto, brincando de mímica e de sombras na parede…. e um frio do c… dentro de casa.


Foto retirada do site do
Seattle Times

No sábado tinhamos que pegar os pais da Kelly, a Ingrid e a tia Landa, que estavam chegando do Brasil (sem nem saber o que esperavam eles…). Mais um desafio, pois como não esperávamos o que ia acontecer estávamos sem combustivel suficiente nos dois carros (e os postos, sem luz, não funcionavam). O socorro veio dos amigos Ricardo e Alice, que se prontificaram a ir conosco buscá-los, já que seus carros estavam com os tanques cheios.

No final do dia de sábado a mensagem da companhia elétrica ainda não dava nenhuma previsão, dizendo que algumas áreas ainda iam ficar vários dias sem luz. Com o não podíamos cozinhar (o fogão é elétrico) e na sexta já tinhamos passado a sanduiche, resolvemos, juntos com alguns amigos, fazer a única coisa que dava: um churrasco. Vocês não sabem como é gostoso fazer um churrasco no escuro, com a temperatura na casa dos zero graus… priceless… :-( … a Kelly tirou uma foto dessa experiência, que eu espero que nunca mais se repita… depois a gente coloca ela aqui.

Domingo resolvemos passar o dia fora de casa, num shopping ou restaurante, pois algumas regiões já tinham energia. A luz na nossa vizinhança finalmente chegou por volta das 6 da tarde de ontem, domingo, e voltamos a ter aquecimento, cama quente, fogão e todas as coisas da vida moderna de que somos fundamentalmente dependentes. Mas algumas áreas ainda estão sem luz até agora.

Abraços.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que perrengue!!Podemos ver que no primeiro mundo tb tem problemas que demoram a ser resolvido.Então não é nada mal morar no Brasil,melhor ainda,no RJ.Pois se algo assim acontece aqui,ficamos sem tv,sem microondas,sem pc,sem chuveiro elétrico,mas no inverno,um casaco e um edredom são suficientes para suportarmos o frio..."Brasil,meu Brasil brasileiro..."