sexta-feira, junho 30, 2006

Provocações

“A primeira provocação ele agüentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.

Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz.

Foram lhe provocando por toda a vida.

Não pôde ir à escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.

Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.

Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava.

Estavam lhe provocando.

Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça.

Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.

Terra era o que não faltava.

Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.

Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida. Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.

Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou.

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele:

- Violência, não!”

-- Luiz Fernando Veríssimo


Tem texto que não é nosso mas a gente gosta tanto que é como se fosse...

O final de semana vai ser cheio. A pintura da casa continua, amanhã tem jogo do Brasil de manhã e festa de aniversário da Gisele. Vai ser à fantasia, com tema dos anos 70. Semana que vem a gente mostra as fotos aqui pro pessoal rir um pouquinho... :-)

Em tempo: o blog aqui está chorando pela eliminação da Argentina... chorando de felicidade!!!

Bom final de semana!

quinta-feira, junho 29, 2006

Utilidade Pública: Answers.com

Quem sabe quem foi Fingolfin? Ou qual é a capital de Trinidad e Tobago? Pensa numa coisa que você queria saber... qualquer coisa, ou pessoa, ou lugar, ou palavra (em Inglês).

Pois você tem uma chance muito, muito grande de encontrar no Answers.com. Esse site, que antes se chamava Atomica.com e depois Gurunet.com é, na minha opinião, a melhor fonte de informação na web. Lá você encontra de tudo, ou quase tudo. Uma mega-ultra-super enciclopédia.

Não é um site de busca, mas eles funcionam como um, pois usam a search engine do Google (concorrência!). Ou seja, a chance de você não encontrar o que procura é bem pequena.

Como eles mesmo dizem, são a maior encyclo-diction-almanac-apedia do mundo. Num mundo como o de hoje, onde a informação tem que estar na ponta dos dedos, esse site tem que estar no “Favoritos” do seu browser...

Abraços.

quarta-feira, junho 28, 2006

Summer!



(Clique na imagem para vê-la ampliada).

Já faz quase uma semana que o sol chegou e a temperatura chega aos 80oF (segunda chegou a 92oF). E a previsão para o próximo final de semana é de mais sol e calor. Para vocês terem uma idéia, estamos dormindo de janela aberta e ventilador ligado.

Sim, sim, é isso mesmo, nós não mudamos de Seattle não, o Sol é que veio passar um tempinho por aqui. Aliás, temos que aproveitar ao máximo, porque a gente sabe que já, já, essa beleza acaba...

Viva o verão!

Em tempo: dica para converter Celsius para Fahrenheit rapidinho e de cabeça: C = F dividido por 2, menos 30. F = C multiplicado por 2, mais 30.

Não dá na bucha mas chega bem perto. Melhor do que decorar aquela fórmula do 5/9...

Filosofia de botequim

Mais uma da série “Filosofia de botequim”...

Comentários futebolísticos à parte, o jogo de ontem mostrou para a gente que futebol é meio como a vida, ou seja, nem sempre é justo. Senão Gana teria ganho do Brasil.

Os jogadores de Gana, mostraram muito mais gana (literalmente) do que o quarteto preguiça. Eles só esqueceram que o objetivo final do jogo é chutar a bola entre as traves e não o mais longe possível do campo.

Mostrou também que só disposição, sem preparação nem talento, pode até fazer bonito, mas não resolve. Contra fatos (nesse caso gols), não existem argumentos. Querer muito alguma coisa é muito importante, fundamental até, para se ter sucesso na vida pessoal e profissional. Mas tem-se que ter o preparo certo para se aproveitar as oportunidades quando elas aparecem...

Mas como diriam os franceses, “que zi-dane” (a Kelly não deixa eu escrever palavrão aqui no blog). O importante é que a gente passou para as quartas.

E por falar em França, está na hora da revanche... tomara!

Abraços.

segunda-feira, junho 26, 2006

Life is a Journey, Enjoy the trip

Ontem fomos levar as crianças para ver Cars, o novo filme da Disney/Pixar e que é a maior bilheteria atualmente aqui nos EUA.

Já faz algum tempo que ir assistir ao novo desenho da Pixar não é um programa que agrada só as crianças. A cada novo desenho dos caras eles se superam em qualidade técnica e as estórias ficam mais e mais atrativas para o público adulto, sem deixar de encantar a garotada.

A estória de Cars se passa num mundo onde os carros são como pessoas – falam, comem, bebem, dormem, etc. O personagem principal é um carrinho de corrida vermelho chamado Lightning McQueen, famoso, jovem e ambicioso, que se perde durante uma viagem para a Califórnia (onde ele correria a grande final do campeonato). Mas ele cai do caminhão e acaba dando numa cidadezinha decadende nas proximidades da Rota 66 (que liga os EUA de leste a oeste).

Como esperado, sua estadia na cidade e a convivência com os “moradores” do local mudam o carrinho e seu modo de ver a vida. A moral da estorinha é que tem vezes que a gente precisa se perder para poder se encontrar. Faz sentido...

Tanto o Vinicius quanto a Letícia adoraram o filme (mais do que o Over The Hedge, da Dreamworks). Eu também achei que com esse os caras arrebentaram. Não sei se ganha de Toy Story, mas é (quase) tão bom quanto. Vale o ingresso.

Abraços.

sexta-feira, junho 23, 2006

A Cegonha vai chegar em Miracema!

Essa notícia merece um post só para ela, por isso aqui vai o segundo post do dia.

Ontem recebemos a maravilhosa notícia de que a Keilla (irmã da Kelly) e o Victor estão grávidos!

Ao nosso querido meritíssimo, que agora confirmou, não só pela profissão, que entende tudo de Vara, vai aqui os nosso parabéns!

À nossa querida irmã, muito amor e carinho e a certeza de que mesmo de longe amaremos muito nosso(a) sobrinho(a) quando ele(ela) chegar aqui do lado de fora. Sintam-se abraçados, beijados, babados, lambuzados de afeto!

Parabéns também aos vovôs e vovós! Os recorrentes e os de primeira viagem!



"E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."

-- João Cabral de Melo Neto


Abraços!

Finalmente!

Ontem finalmente o Brasil jogou como o povo esperava! Está certo que o Japão ajudou. De repente confundiram o Ronaldo com lutador de sumô e ficaram com medo do cara. Mas também não se pode deixar de dar valor ao time, que resolveu finalmente dar o ar da graça. Como disse o Hélio de La Penha, não dá para se meter com esse time do Brasil, é tudo treinado em comercial da Nike...

Uma pancada de Brasileiros se juntou para acompanhar o jogo no mesmo refeitório outra vez, dessa vez no prédio 121 (pertinho do meu prédio!). Eles colocaram 3 telões nesse refeitório e passam todos os jogos da Copa.

Como eu almoço nesse refeitório todo dia, sempre vejo uma galerinha aqui e acolá torcendo para o time do seu país. Na quarta foi o dia dos Argentinos. Tinham uns 30 deles torcendo pelo Crespo e sua turma. E uma meia-dúzia de Brasileiros incógnitos (como eu) , torcendo pela Holanda. Ontem foi a nossa vez e fizemos bonito, muita gente, muita animação. Tinha americano tirando foto e tudo. Vale destacar o japonês que estava sentado na primeira fila, sozinho, com a bandeirinha do Japão nas costas, no meio de todo mundo. Quando o Japão fez 1 x 0 ele se virou e flexionou o corpo na direção da galera (aquele cumprimento de artes marciais).

Mas mudando de assunto: o verão chegou por essas bandas de cá e a previsão para o final de semana é de sol e temperatura na casa dos 30 graus. Vamos celebrar a chegada do sol com um voleizinho no parque hoje e uma piscininha no condomínio do Cláudio no domingo.

Errata: a nossa irmã/cunhada/tia não é decoradora. É arquiteta!

Abraços!

quinta-feira, junho 22, 2006

Família que pinta unida...
















Depois de muitos debates, testes de cores, consultoria via internet com a Keilla (nossa irmã/cunhada/tia/decoradora), semana passada começamos a pintura interna da casa e anteontem acabamos o primeiro andar. Como vocês podem ver na foto, tivemos a ajuda de dois pintores mirins, que fizeram questão de dar a sua colaboração.

Depois mandamos as fotos com o resultado final - uma revista de decoração famosa pediu segredo até elas sairem no próximo número... :-) ... brincadeirinha...

Abraços!

X-Men

Ontem eu e a Kelly fomos ao cinema assistir X-Men: The Last Stand, o terceiro e supostamente último filme da série. Eu digo supostamente porque fica claro no final do filme que vem aí X-Men 4. A última cena do filme (pelo menos a última antes dos créditos) já dá a entender isso. Quem fica no cinema até as letrinhas acabarem, vê uma cena bônus, que mostra... (não vou contar)... e que confirma ainda mais a sequência.

Como leitor fanático de X-Men durante muito tempo, eu acompanhei nos quadrinhos a Saga da Fênix, a estória que eles tentam adaptar nessa terceira edição. Ao contrário dos quadrinhos, no filme eles não aproveitaram muito os poderes da “nova Jean Grey” e a personagem fica meio que de coadjuvante quase que na estória toda, o tempo todo meio catatônica, meio fora de órbita. No entanto, a explicação para o “surgimento” dela é melhor no filme (a Fênix seria um alter-ego da Jean Grey que era aprisionado no inconsciente dela pelo Xavier).

Depois que você se abstrai e não tenta situar os personagens e fatos do filme na cronologia da estória em quadrinhos, você começa a gostar da série e para mim esse foi o melhor dos três. Destaques para o Kelsey Grammer no papel de Fera (nada a ver com o Frasier que a gente está acostumado), Ellen Page, a menininha que faz a Kitty Pride, a Halle Berry (uma Ororo melhor que a orginal, eu acho) e é claro o Hugh Jackman, que personifica muito bem o Wolverine.

Abraços.

quarta-feira, junho 21, 2006

GPS The Game

Um colega aqui do trabalho me recomendou esse site: http://www.gpsthegame.com. Para quem gosta de quebra-cabeças e treasure hunts, é bem legal. Eu também ainda não entendi a extensão completa do jogo e da sua relação com o filme que está sendo rodado, mas independente disso vale a pena a visita.

Eu me cadastrei no site e quando dá tempo eu tento resolver alguns dos quebra-cabeças (treasures). O legal é que você tem que achar pistas, que levam aos códigos (treasure codes), que abrem os quebra-cabeças. E aí você tem que descobrir a solução do quebra-cabeça. E a cada quebra-cabeça resolvido você ganha pontos e vai ganhando posições no ranking.

Aí você pode estar perguntando: mas ganha o que? No site diz que você pode concorrer a premios (não sei quais) e à chance de ver cenas do filme antes da estréia. Eu só estou brincando pelos quebra-cabeças mesmo. Meio coisa de maluco, eu sei, mas...

Abraços.

segunda-feira, junho 19, 2006

Fala sério, aí...

Quando morre alguém famoso que a gente gosta, mesmo sem conhecer pessoalmente, é como se morresse um amigo nosso, um primo ou até um irmão, dependendo de quanto a gente se identifica com ela/ela. Foi assim que eu me senti no sábado de manhã quando ouvi a notícia da morte do Bussunda.

Eu passei os anos da minha adolescência lendo o Planeta Diário e a Casseta Popular. Assisti no Canecão o show deles, “Preto com um buraco no meio”. Até hoje acho que não teve programa de humor melhor do que a TV Pirata. Então o Bussunda me era muito querido.

Às vezes a gente sente uma coisa mas não sabe como falar ou escrever sobre ela. Então a gente toma emprestadas as palavras de quem conseguiu verbalizar o nosso sentimento melhor do que nós. O texto abaixo está no site do Casseta e Planeta. Faço minhas as palavras deles.

“A noticia veio com o sol. E, de repente, um país inteiro, mesmo iluminado, amanhece sem graça, surpreso, estático. Fim de novela? Final de Copa do Mundo? Não. Foi a piada que nos levaram. De véspera. E com ela o riso, a nossa alegria. O técnico do time – o lá de cima, o Poderoso – resolveu tirar um grande craque de campo. Vai entender! Com tanto jogo pela frente! Por alguma razão teremos que seguir sem ele. E nos perguntamos: por quê?

Bussunda, seu bobo! Pela primeira vez nos fez chorar. Engraçado até. Parece mentira. Parece piada. E deve ser. Gente como você, que brinca, que ri de si mesma, não morre, não pode morrer. Pois então não foi você Bussunda. Foi o Cláudio, o cara da carteira de identidade, o que crescia enquanto deixava intacto o menino dentro de si. Esse não morre, nunca vai morrer.

Então bola pra frente que o jogo não pára. Sai o homem, fica o menino – o ponta de lança da alegria, imortal como os grandes gênios. De lá do ataque, na cara do gol, ele pede que voltemos a sorrir novamente. E nos convence fácil, como sempre. Quanto ao homem, esse sai como merecia, entre vivas e foguetes, no balanço das bandeiras, ao som das batucadas.

Ouve só Bussunda, como o Brasil te ama!”


Fica com Deus Bussunda!

sexta-feira, junho 16, 2006

Bye, Bye Bill

Notícia bombastica aqui na Microsoft ontem! Começou com um email do Steve Ballmer, nosso CEO, dizendo que às 13:30 (horário de Seattle, 16:30 horário de NY), ou seja, depois do fechamento do pregão da bolsa, ele e o Bill Gates fariam um anúncio para a imprensa sobre um grande mudança na empresa.

A mudança era que em Julho de 2008 o nosso chairman irá se aposentar do cargo de Chief Software Architect e passará a funcionar somente como chairman e conselheiro, dedicando mais tempo para a Bill & Melinda Gates Foundation, a fundação criada por ele e por sua esposa para auxiliar em assuntos de saúde e educação pelo mundo.

Larry Magig, um comentarista da CBS deu uma visão interessante sobre a decisão do cara: “Se ele conseguir investir os mesmos talentos, habilidades e energia que usou para fazer a Microsoft o que ela é na solução de alguns dos problemas mais sérios do mundo, todo o mundo sai beneficiado”. É verdade...

No domingo vamos continuar na torcida. Depois da atropelada que a Argentina deu na Sérvia hoje, é melhor o Brasil começar a mostrar serviço.

Abraços.

quinta-feira, junho 15, 2006

E=MC2

Mudando um pouco de assunto, depois daquele joguinho mais-ou-menos da seleção ontem. Clique aqui para ler (em Inglês) uma matéria que foi publicada na MSNBC na segunda-feira passada e que fala sobre uma pesquisa feita pelo site Bizjournals.com sobre educação superior nas grandes cidades americanas. E adivinha qual é a cidade mais “inteligente” dos EUA? Isso mesmo, Seattle!

Segundo a pesquisa, 47% da população de Seattle tem diploma universitário, praticamente o dobro da média nacional, de 24.4%. Os dez primeiros do ranking são:

1. Seattle
2. San Francisco
3. Austin
4. Colorado Springs
5. Minneapolis
6. Charlotte
7. San Diego
8. Washington DC
9. Portland
10. Albuquerque

Mas o que isso significa na prática? Segundo a mesma pesquisa, esse ranking reflete a capacidade intelectual da comunidade como um todo, o que é ligado diretamente a capacidade de seus residentes de inovar, criar, competir e ganhar dinheiro.

Então acho que a gente está no lugar certo... :-)

Abraços.

PS: Para quem não tem filhos, o menino aí da foto é o Jimmy Neutron, o menino gênio, desenho da Nick.

quarta-feira, junho 14, 2006

Just like the Yankees

Ontem pegamos as crianças mais cedo na escola e fomos, todos “uniformizados”, assistir ao jogo no refeitório do prédio 34, que por coincidência é o prédio onde trabalha o Bill Gates (mas ele nem apareceu para assitir ao jogo...). Tinha festa brasileira lá, com direito à batucada e passista e estava lotado. Tinha gente de todas as nacionalidades, mas a grande maioria era de brasileiros ou pelo menos de torcedores do Brasil, a contar pelo número de camisas da seleção (ou afins) que a gente via. E tinha um cara com a camisa da Croácia. Dava até para brincar de Where’s Wally, pois o cara era o único com aquela camisa que parece toalha de mesa de cantina italiana no meio de uma porrada de camisas amarelas.

Mas estava tão cheio que não dava para assistir ao jogo direito e com 15 minutos de jogo a gente pegou o carro e foi assistir ao jogo na casa dos amigos Lilian e Cláudio (que fica bem próxima do Campus). Clique aqui para ver as fotos.

Como todo mundo, a gente gostou da vitória mas não gostou do jogo. Time com Ronaldinho, Ronaldão (o gordo), Kaká e cia tinha que fazer bem mais bonito do que fez. Como disse um americano que trabalha comigo: “vocês no futebol são como os Yankees no baseball”. Traduzindo a analogia, o Brasil historicamente é o melhor time e tem uma certa “obrigação” de fazer bonito.

Vamos ver como vai ser no próximo. Vamos nos reunir com os amigos para assistir ao jogo e depois comer um churrasquinho em comemoração ao dia dos pais (que aqui nos EUA é em Junho).

Abraços!

segunda-feira, junho 12, 2006

Certezas...

(clique na imagem para vê-la maior)

Esses últimos dias aqui a gente só fala de Copa do Mundo, não adianta. Então aqui no blog não dá muito para falar de outra coisa. A Globo Internacional ajuda, pois fala quase o tempo todo na competição.

Aqui passa um programa chamado “Planeta Brasil” (não sei se é da GloboNews) e ontem eles mostraram uma matéria sobre as pessoas que se deslocavam de onde estavam na Alemanha até Konigstein, onde fica o hotel da seleção. Dentre as pessoas entrevistadas estavam dois brasileiros que moram nas redondezas ou até na própria cidade onde a seleção está, não me lembro. Os dois ansiosos por mostrar o prazer que estavam sentindo de ter a seleção por lá e o orgulho que tinham do Ronaldinho e sua turma.

E no esporte a gente tem muito do que se orgulhar. A nossa seleção de vôlei, a Daiane, o Torben Grael, o Senna (que saudade do Senna!), todos eles também são motivos de orgulho e batemos no peito a cada conquista dessa rapaziada. Mas nem sempre fomos bons no volei ou na ginástica. Mas como somos “o país do futebol”, a seleção canarinho é a nossa certeza. A nossa garantia de sucesso. Quem sabe até a nossa redenção enquanto povo/país/nação.

Temos muitas coisas das quais não podemos nos orgulhar (nossa desigualdade social por exemplo), mas no futebol a gente arrebenta! Ninguém é melhor do que a gente. Podemos até não ganhar a copa, mas a nossa seleção normalmente é a melhor (quem lembra de 82?).

E quando acaba a Copa, a gente espera a próxima, sabendo que, aconteça o que acontecer nos próximos quatro anos, na outra Copa, a gente vai estar lá de novo. E arrebentar de novo. É mais ou menos como o carnaval, “razões pra vida tão real da quarta-feira”, como dizia o Martinho da Vila. Pode parecer alienação (e provavelmente até seja). Mas não adianta, quando começa um jogo do Brasil todo mundo esquece qualquer opinião ou ideologia e cada um dos 180 milhões de brasileiros estamos com os nossos corações nas chuteiras dos jogadores. Talvez seja por isso que a do Ronaldo anda apertada... :-)

Como diz o Calvin aí em cima na tirinha, é bom termos algumas certezas na vida...

Saudações canarinhas!

sexta-feira, junho 09, 2006

Jardinagem e mais Copa do Mundo

Esse negócio de blog é meio que uma cachaça. A gente se acostuma a vir aqui todo dia escrever alguma coisa, mesmo sem saber se vai ter alguém lendo ou não. Tem dia que tem dez coisas para falar, tem dia que não tem nenhuma. E tem dia que não dá tempo de escrever nada, tendo ou não tendo o que falar.

Hoje eu e a Kelly fomos almoçar no refeitório do pédio 43 e assistimos ao início do segundo tempo de Polônia e Equador. Digamos que foi um “test drive” para terça-feira, pois pretendemos ir assistir aos jogos do Brasil lá com os demais brasileiros da MS.

Como a Microsoft tem muitos estrangeiros, você já começa a ver pelo Campus gente com camisas do Brasil, da Argentina, Austrália, etc. Já tem também um bom número de sites internos e externos com informações sobre a copa, calendário dos jogos, etc.

Mais cedo, o meu colega de escritório veio me perguntar por que esse alvoroço todo com o futebol (soccer). Ele me disse que até assiste a um jogo e tal, mas que não entende esse fanatismo do resto do mundo pelo esporte. Detalhe: o esporte preferido do cara é o hockey.

Eu tentei explicar para ele a relação meio “religiosa” do latino e do europeu com o futebol e da importância da Copa do Mundo como competição (mesmo quem não gosta muito de futebol não imagina perder um jogo do Brasil na Copa), mas acho que o cara continuou sem entender. Mas já tem americano que já entende: veja esse artigo aqui, de um jornalista da Sports Ilustrated que está cobrindo a copa e que foi assistir ao treino do Brasil. Nas palavras dele: “That Ronaldinho is amazing (he trapped a long ball using his nape). So is Robinho, who scored the first goal off a great pass from Ronaldinho. Robert Carlos is still a ridiculously dangerous attacker with a cannon for a left leg;”

Traduzindo: “Esse tal de Ronaldinho é incrível (ele recebe e pára uma bola lançada usando a nuca). O Robinho, que marcou o primeiro gol num passe dado pelo Ronaldinho, também é. Roberto Carlos ainda é ridículamente perigoso, com um canhão no lugar da perna esquerda;”.

Em tempo: a Kelly, fotógrafa oficial aqui do blog, colocou no site de fotos duas novas galerias. Uma delas mostra nossa iniciação nas artes da jardinagem! Clique aqui e aqui.

Abraços e bom final de semana para todos!

quarta-feira, junho 07, 2006

A Copa pela tela da Globo Internacional

Excelente notícia: essa semana a Globo Internacional (que instalamos ante-ontem lá em casa) divulgou que vai transmitir a Copa, somente para os Estados Unidos. Sendo assim, vamos poder assitir aos jogos em português, com direto a Galvão Bueno e tudo. As outras opções eram a ESPN (em inglês, mas em High Definition), com o americano transmitindo o jogo como um brasileiro transmitiria um jogo de Cricket, e a Univision (mexicana, em espanhol).

Além disso, todos os jogos vão ser transmitidos aqui na Microsoft, em alguns refeitórios específicos, o que vai ser a solução para os jogos que caem durante a semana na hora do almoço (o primeiro e o terceiro da primeira fase).

Essa copa tem tido mais espaço na mídia do que a última. Clique aqui para ler um artigo muito interessante de um colunista esportivo americano sobre a Copa do Mundo, onde ele faz uma comparação entre o futebol e os esportes americanos mais famosos. Usando/traduzindo as palavras dele: "A Copa do Mundo é a mãe de todas as competições esportivas, ganhando em magnitude até dos Jogos Olímpicos".

E está chegando a hora do quarteto fantástico mostrar ao que veio... vamos ver!

Abraços.

Latino sim, mas hispânico?

No outro dia uma americana, que trabalha num grupo de localização (tradução do software para um determinado idioma/cultura), mandou um email para a lista de brasileiros aqui da Microsoft pedindo ajuda para a tradução de um nome para o espanhol. A reação dos brasileiros foi avassaladora. Só faltou darem uns tapas nela. Mas isso é um erro comum para muitos americanos ou estrangeiros em geral, pois na lógica deles quem é da América Latina fala espanhol e pronto. E essa confusão não para só na língua.

Aqui nos EUA, seja para se cadastrar para um emprego, um curso ou responder a uma pesquisa de opinião, por razões de censo demográfico, todos os questionários, principalmente os do governo, fazem a seguinte pergunta: você é Branco (Caucasian White), Negro, Asiático, Native American (Índio) ou “Hispânico”?

E é aí que a maioria dos brasileiros que não tem a pele escura se perde. A gente não é negro, nem asiático, nem índio – essas estão descartadas. Mas somos hispânicos (por sermos latinos) ou somos brancos caucasianos (por termos ancestralidade européia)? A primeira resposta que vem na cabeça é que hispânicos nós não somos, por não falamos espanhol (e até ficamos ofendidos quando pensam que a gente fala). Mas quem tem pele morena (não negra) também hesita em marcar um “x” em “Caucasiano”. Muita gente acaba botando “Outro”. Eu, se estou preenchendo um formulário, coloco “white” ou “other”, nunca “hispanic”. E se estou respondendo verbalmente falo que sou do Brasil e deixo o interlocutor escolher.

O Darcy Ribeiro afirmava que uma das marcas centrais da identidade brasileira é a mistura racial. Somos uma raça única, formada por brancos europeus, escravos africanos e ameríndios. Então não cabemos nas opções apresentadas. Pode parecer meio pretensão, mas acho que os caras tinham que criar uma categoria só para nós: “Brasileiros”. E aí a gente ia marcar o “x” rapidinho, e com o maior orgulho.

Vou tocar nesse assunto da próxima vez que o Bush ligar lá pra casa... :-)

Abraços.

terça-feira, junho 06, 2006

Corrente para Frente

O Eduardo mandou por email um link com um desenhinho animado bem interessante e que faz realmente você parar e pensar. Clique aqui para ver o desenho.

Assista ao desenho mais uma vez e veja a tentativa da mulher de olhar no olho das pessoas que passam. Se os olhos são o espelho da alma, seus olhos eram realmente o melhor instrumento que ela tinha para passar a sua mensagem. Para quem trabalha no centro de qualquer cidade grande, essa cena é mais do que frequente. Eu via isso várias vezes num dia. Tantas vezes que a gente nem olha mais. A miséria humana ficou banalizada.

O Franco Zefirelli, cineasta italiano, disse uma vez que o Brasil é o último país feliz do mundo. Era o carnaval de 1979 e ele estava assistindo ao desfile das escolas de samba. Se isso é realmente verdade eu não sei, mas cabem aí duas interpretações: a primeira é que conseguimos o grande desafio de sermos felizes apesar de toda a emergência social e descaso político que nos cerca. A segunda interpretação é que somos tão passivos diante da nossa própria miséria que conseguimos até ser felizes, apesar de tudo.

De novo, eu não sei qual das duas é a mais verdadeira, mas que o desenhinho faz a gente pensar, isso faz.

Enquanto isso, parece que aquele cara que a gente acreditou que ia começar a mudar isso tudo vai ganhar a eleição de novo, dessa vez no primeiro turno. Mas como diz a tia Lenira, não mais com o meu voto.

Abraços.

"A minha vontade de explodir com o estabelecido se mantém há muito tempo. Se isso é ser anarquista…"
-- Eduardo Bueno

quinta-feira, junho 01, 2006

Frases de Caminhão, ou melhor, de Ônibus

Parece que todos os 32 ônibus das equipes na Copa do Mundo da FIFA levarão gritos de guerra em suas janelas. Eles foram escolhidos por torcedores das respectivas seleções. Se depender do nosso slogan a gente vai fazer bonito, pois, comparando com os outros, até que o nosso não é dos piores. Meio brega, mas melhor que a maioria.

Seguem alguns:

Brasil: Veículo monitorado por 180 milhões de corações brasileiros.

Argentina: De pé, a Argentina avança.

Alemanha: Pela Alemanhã, através da Alemanha.

Japão: Acenda seu espírito Samurai.

Itália: Orgulho azul, Itália nos nossos corações.

Para a lista completa de gritos de guerra e as fotos dos ônibus, clique aqui.

Abraços.