Os bons heróis são anti-heróis

Recebi de um grande amigo ontem um email brincando de como seria se o Capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite, fosse político. De tudo, o que eu mais gostei foi do que ele falaria para o Renan Calheiros: “Tira esse terno preto porque você não é senador, é molque”, numa referência à cena do filme em que ele chama a atenção de um novato no grupo por ter se precipitado numa ação de ataque.

Eu tinha falado nesse post aqui que não achava que o personagem principal do filme fosse um herói, mas eu acho que eu estava enganado. Porque eu gostei de imaginar o cara fazendo mesmo aquilo. Nesse caso, nosso “herói” estaria ali para nos vingar, para nos defender, para nos redimir, como todo herói faz.

E depois me veio na cabeça que os bons heróis, os legais mesmo, são sempre os anti-heróis. Sempre aqueles cheios de problemas e defeitos, com uma pitada de "mau elemento" até: Wolverine, o Aragorn (Senhor dos Anéis), O Justiceiro, o Batman do Cavaleiro das Trevas, etc. Ou os heróis mais “reais“: Che Guevara, Carlos Lamarca, Malcom X e por aí vai. Esses caras, tanto os reais quanto os de fantasia colada no corpo e a sunga para fora da calça, sempre fizeram o que era preciso e no que acreditavam, e toma-lhe porrada.

Mais uma vez quero dizer que não defendo a violência policial gratuita e desmedida, mas quem disser que não ia gostar de ver o Capitão Nascimento dando ums tapas na cara do Lula e gritando “Pede pra saí, rapá! Pede pra sair!” deve estar mentindo… :-)